O autismo é uma condição que afeta mais de 70 milhões de pessoas, segundo a ONU. Entretanto, existem muitas dúvidas sobre a condição. Uma das mais comuns é sobre o que é o autismo, ou o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Esse transtorno de desenvolvimento neurológico acompanha a pessoa ao longo da vida. Na prática, a condição impacta as habilidades físicas, motoras, de comunicação e de interação social.
Mas como saber se você, seu filho(a) ou alguém próximo apresenta características do TEA? Quais os sinais que podem indicar a necessidade de uma avaliação especializada? Ainda, quais são os tipos e graus de autismo?
Neste artigo você encontra todas essas informações, a explicação do que é o autismo e ainda confere a importância do diagnóstico precoce e das formas de tratamento disponíveis.
Acompanhe a leitura!
O que é o autismo e qual a sua causa?
O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno de desenvolvimento neurológico que afeta a maneira como a pessoa se comunica e interage com o mundo ao seu redor.
Embora seja centro de inúmeros estudos e pesquisas, as causas do TEA ainda não são totalmente compreendidas. Entretanto, algumas pesquisas indicam que fatores genéticos e ambientais (convivência social e familiar) estão envolvidos.
Cada indivíduo no espectro apresenta características únicas. Mas alguns sintomas comuns do autismo incluem: dificuldade na comunicação verbal e não verbal, interesses restritos e repetitivos, comportamentos estereotipados e dificuldade na interação social.
É possível reverter o autismo?
Agora que você já sabe o que é o autismo, é importante entender que não é possível “reverter” ou curar o TEA. Como vimos anteriormente, essa condição é de ordem neurobiológica e genética.
Entretanto, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado ajudam a promover um bom desenvolvimento, e também a reduzir os impactos do transtorno na vida da pessoa.
É possível ter autismo e não saber?
Por mais surpreendente que pareça, é possível ter autismo e não saber, especialmente em casos mais leves ou quando o diagnóstico não é realizado na infância.
Isso porque o TEA é uma condição complexa, com uma lista bastante ampla de sintomas e características que podem se manifestar, de diferentes maneiras, em cada indivíduo.
Por exemplo, algumas pessoas no espectro podem ter dificuldades leves na comunicação e na interação social. Essas dificuldades podem passar despercebidas ou até serem interpretadas como timidez ou introversão.
Qual a diferença do TDAH para o autismo?
Embora tanto o TDAH quanto o TEA sejam condições em que os portadores possuem dificuldades na interação social e concentração, essas dificuldades se apresentam de maneiras opostas.
No autismo, o indivíduo desenvolve um hiperfoco e também possui dificuldades de socialização. Já no TDAH, o indivíduo evita atividades que demandam concentração e foco, e podem ser bastante ativos, falantes e participativos, especialmente no caso das crianças.
Quais são os 4 tipos de autismo?
Anteriormente, o autismo era classificado em quatro tipos diferentes, sendo eles:
- Síndrome de Asperger: pessoas com dificuldades sociais e interesses específicos, mas com inteligência típica ou avançada;
- Transtorno autista: pessoas com os sintomas da síndrome de Asperger e do Transtorno invasivo do desenvolvimento, mas com um nível mais grave;
- Transtorno invasivo do desenvolvimento: diagnóstico que incluía grande parte das crianças com autismo mais severo do que a síndrome de Asperger, mas não tanto quanto o transtorno autista;
- Transtorno desintegrativo da infância: casos mais graves, quando a criança perde habilidades previamente adquiridas.
Contudo, desde 2013, o autismo não é mais classificado por tipos. O documento DSM-5 – Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais — estabeleceu que a condição seria chamada de Transtorno de Espectro Autista, ou TEA, e seria classificada por níveis, ou graus. Entenda melhor a seguir.
Quais são os graus de autismo?
O TEA é agora classificado de acordo com o grau de suporte requerido, dividido em três níveis: leve (nível 1), moderado (nível 2) e severo (nível 3). Entenda melhor:
- Nível 1 – Requer suporte: dificuldades sociais notáveis, mas com habilidades de comunicação, podendo ter interesses e comportamentos repetitivos;
- Nível 2 – Requer suporte substancial: desafios mais evidentes em interações sociais, comunicação não-verbal comprometida, e comportamentos repetitivos que impactam a vida diária;
- Nível 3 – Requer suporte muito substancial: grave comprometimento das habilidades sociais, comunicação limitada e comportamentos repetitivos que exigem suporte significativo.
Como identificar o autismo em adultos e crianças?
Para identificar o autismo, tanto em adultos quanto em crianças, o ideal é observar padrões de comportamento, como dificuldades na comunicação e interação social e a presença de comportamentos repetitivos ou interesses restritos.
Em crianças, é importante ter atenção a atrasos na fala ou ausência de respostas sociais esperadas para a idade.
Já em adultos, em muitos casos os indícios incluem desafios nos relacionamentos sociais, na adaptação a mudanças, e na compreensão de nuances sociais.
Em todo caso, lembre-se que quem é responsável pelo diagnóstico é o médico – neurologista, psiquiatra e psicólogos especializados. O papel de familiares, amigos e pais é observar, procurar ajuda (ou sugerir, com cuidado, no caso dos adultos) e oferecer apoio.
Quem tem autismo pode ter uma vida normal?
Uma pessoa no espectro pode ter uma vida perfeitamente plena, independente e “normal”, desde que inicie o tratamento adequado cedo, e se mantenha assim ao longo de sua vida.
Essa possibilidade é ainda maior quando os tratamentos e terapias são iniciados na infância. Assim, os indivíduos têm chances maiores de desenvolver habilidades sociais e de comunicação.
Como é feito o diagnóstico do autismo?
O diagnóstico do TEA é realizado por uma equipe multidisciplinar, geralmente composta por psicólogos, psiquiatras e neurologistas.
Lembre-se: quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, maiores são as chances de um tratamento eficaz e de melhor qualidade de vida para a pessoa autista.
Como é o tratamento do autismo?
Na maior parte dos casos, o tratamento do TEA é multidisciplinar, ou seja, envolve médicos, terapeutas, educadores, psiquiatras e psicólogos – sem falar no suporte e apoio familiar.
O tratamento é individualizado, e pode incluir, por exemplo, técnicas terapêuticas para melhorar habilidades de comunicação e sociais, e em alguns casos, podem ser prescritos medicamentos para tratar sintomas como irritabilidade, insônia e desatenção.
Conclusão
Neste artigo, apresentamos o que é o autismo: um transtorno de neurodesenvolvimento que afeta a maneira como crianças e adultos se comunicam e interagem.
A condição é classificada em níveis que determinam o grau de suporte requerido, sendo eles: leve (nível 1), moderado (nível 2) e severo (nível 3).
O diagnóstico precoce, no caso das crianças, é crucial para fornecer o suporte adequado para um bom desenvolvimento, e melhorar a qualidade de vida.
No caso dos adultos, o acompanhamento com profissionais também é a chave para diminuir os impactos do TEA e para ter uma vida saudável.
Em resumo, com atenção às particularidades de cada indivíduo e com a ajuda de profissionais, pessoas no espectro podem desfrutar de uma vida independente e plena.
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